Turismo de massas incomoda residentes da cidade holandesa, que já lançaram uma ação judicial contra a Câmara Municipal.
É um passo pioneiro – e é um cenário pouco frequente: habitantes de uma cidade estão a colocar na Justiça a Câmara Municipal da cidade onde vivem.
Acontece em Amesterdão, nos Países Baixos: os habitantes locais lançaram uma ação judicial contra a Câmara Municipal.
Motivo? Turismo. Ou melhor, o turismo de massas. Os locais acham que há visitantes a mais e consideram que a autarquia não está a fazer tudo o que podia para travar esta tendência.
O Euronews recorda que a própria Câmara Municipal anunciou medidas para combater o impacto do turismo de massas. Entre elas, uma lei imposta há quatro anos: limitar o número de dormidas de turistas a 20 milhões por ano – mas no ano passado foram 22,9 milhões e, provavelmente, neste ano, serão mais.
E até há campanhas para afastar o seu modelo de turismo das despedidas de solteiro, dos pub crawls, do consumo de drogas e do trabalho sexual (que tornam Amesterdão famosa).
A taxa turística ficou mais cara (12,5%, a mais alta da Europa); o número de cruzeiros fluviais e marítimos deve descer para metade; a construção de novos hotéis está condicionada.
Mas, segundo os locais, está tudo praticamente na mesma. Queixam-se de gestão ineficaz do turismo local por parte da Câmara – que não faz cumprir as suas próprias regras, alegam.
Foi por isso que, nesta segunda-feira, um grupo de habitantes de Amesterdão intentou uma ação judicial contra o município.
A iniciativa de cidadãos chama-se “Amesterdão tem uma escolha”, juntou 50.000 euros – tudo dinheiro dos habitantes locais – e é apoiada por 12 organizações de residentes.
“Há três anos que o número de dormidas ultrapassa os 20 milhões acordados, sem que o município tome medidas eficazes”, reage Jasper van Dijk, um dos holandeses envolvidos nesta iniciativa.
Os habitantes querem que a taxa turística seja ainda maior: “Amesterdão poderia utilizar as receitas adicionais significativas do aumento da taxa turística para comprar propriedades para ajudar a resolver o problema da falta de habitação ou para livrar a cidade do lixo de rua criado, em parte, pelo turismo de massas”, explica Van Dijk.
“Se o município implementar este aumento substancial da taxa turística, irá gerar mais receitas do que os custos combinados de todos os planos dos anteriores”, alega.
ZAP
25 de Setembro, 2025






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