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EXPRESSO: Onze veados vão ser libertados no Parque Natural Sintra-Cascais

24 jul 2024 | Ambiente e Território, Notícias

Projeto de reflorestação e reconversão paisagística do PNSC surgiu na sequência do incêndio florestal de outubro de 2018, que consumiu perto de 50 hectares deste “pulmão” verde do distrito de Lisboa

Onze veados vão ser libertados na quinta-feira no Parque Natural Sintra-Cascais (PNSC), no âmbito de um plano do município de Cascais, do distrito de Lisboa, para a reflorestação e reconversão paisagística daquela área verde.

“Amanhã vamos libertar 11 veados, dez fêmeas e um macho. Será um primeiro grupo de veados que se irão juntar num cercado que tem cerca de 240 hectares, onde já estão, em regime de pastoreio livre, burros mirandeses e cavalos Sorraia”, explicou à agência Lusa o arquiteto João Melo, técnico da Câmara de Cascais responsável pelo projeto de renaturalização do PNSC.

O projeto de reflorestação e reconversão paisagística do PNSC surgiu na sequência do incêndio florestal de outubro de 2018, que consumiu perto de 50 hectares deste “pulmão” verde do distrito de Lisboa.

“Houve a necessidade de olhar para o território e para a escala da paisagem. Há várias dinâmicas que se têm de complementar, como a proteção das pessoas, a valorização ecológica do território e também a dinâmica económico-social, nomeadamente através da reativação de algumas áreas agrícolas”, apontou.

João Melo referiu que nesse âmbito estão a ser introduzidos no PNSC animais que já habitaram este habitat há centenas de anos e que “são essenciais para manter o equilíbrio da fauna e da flora” desta área.

“Eles [animais] têm o papel de serem consumidores de biomassa e de transformarem essa biomassa em matéria orgânica. Têm, por isso, este papel de reduzir a biomassa, o risco de incêndio e aumentar a complexidade do ecossistema”, explicou, acrescentando que “mais animais serão atraídos ao PNSC.

Também neste âmbito de gestão do Parque Natural Sintra-Cascais foi conseguido um financiamento de três milhões de euros ao abrigo do programa europeu Life, com um horizonte temporal de seis anos.

A redução do risco de incêndio é, no entender de João Melo, uma das vantagens da reconversão paisagística do PNSC, que “deverá ser continuamente monitorizada”. “Os fogos rurais fazem e irão fazer parte da paisagem mediterrânea. O que nos interessa é reduzir a sua intensidade, a sua severidade e, naturalmente, a sua frequência. Há aqui uma complementaridade que é interessante e que estamos a trabalhar”, sublinhou.

O Parque Natural de Sintra-Cascais, com uma área de 14.580,84 hectares, estende-se do limite norte do concelho de Sintra, junto à foz do rio Falcão, para sul até à Cidadela de Cascais.

De acordo com informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), foram identificados neste espaço mais de 200 espécies de vertebrados, nomeadamente 33 de mamíferos, mais de 160 de aves, 12 de anfíbios, 20 de répteis e nove de peixes de água doce.

No PNSC encontra-se também uma floresta primitiva com quase todas as espécies de quercus, nomeadamente o carvalho-roble e o carvalho-negral. É possível também encontrar espécies de eucalipto, pinheiro bravo, choupo, salgueiro e acácia.

Expresso
24 julho, 2024

https://expresso.pt/sociedade/2024-07-24-onze-veados-vao-ser-libertados-no-parque-natural-sintra-cascais-ce63120c

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